terça-feira, 31 de agosto de 2010

Para entender

A decisão pelo "Fielzão" foi política, para agradar Ricardo Teixeira, que queria enterrar o plano do Morumbi.

O projeto são-paulino pode ser questionado tecnicamente, mas essa não foi a razão de ter caído.

Simplificando, para quem não é habitué dos cadernos esportivos, o que ocorreu foi:


1- Juvenal Juvêncio estava próximo à CBF, seu estádio era o escolhido por todos para ser a sede paulista da Copa desde o ano passado;

2- O presidente da confederação quis elevar seu poder sobre o Clube dos 13, "liga" independente dos grandes times que negocia os direitos de transmissão de campeonatos como o Brasileirão, arquitetando a vitória do seu candidato, Kleber Leite, às eleições da entidade que seriam em maio. Temendo a manobra o SPFC contragolpeou, trouxe o pleito para abril para dificultar a campanha e reelegeu Fábio Koff conseguindo votos de clubes previamente indecisos;

3- Com a dura derrota que parecia improvável Teixeira cravou para quem quisesse ouvir, em retaliação o Cícero Pompeu de Toledo estava fora de 2014. Para despistar, tirando o peso de si, levou a FIFA a descredenciar o estádio tecnicamente;

4- Depois de quase trinta planos tricolores de reforma negados pela entidade Juvenal, em julho, optou por uma estratégia arriscada. Submeteu um projeto final que podia pagar, de 300 milhões, mas que era insuficiente se comparado ao de 650 milhões que a federação internacional exigia. Comprou briga sabendo que a reação inicial seria a exclusão, mas peitou que não surgiria alternativa no estado, forçando o Morumbi a ser engolido;

5- A ousadia poderia ter dado certo, mas Dilma começou a despontar nas pesquisas. Pode não parecer, mas a disputa nacional está intimamente relacionada ao que ocorreu. O torcedor Lula conseguiu um agrado da construtora Odebrecht, uma arena para o Corinthians de Andrés Sanchez, amigo do mandatário do futebol brasileiro, que precisava de qualquer alternativa para a cidade.


Não é preciso ter muita imaginação para entender o porquê da Odebrecht dar um presente de 470 milhões de reais a quem aposta que terá mais quatro anos de governo, num país de PPP's e licitações questionáveis.

PSDB e PFL trataram de esvaziar o anúncio que era preparado para a festa do centenário alvinegro da noite de hoje dando a notícia antes, evitando dar palanque ao PT.

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