Para entender

A decisão pelo "Fielzão" foi política, para agradar Ricardo Teixeira, que queria enterrar o plano do Morumbi.

O projeto são-paulino pode ser questionado tecnicamente, mas essa não foi a razão de ter caído.

Simplificando, para quem não é habitué dos cadernos esportivos, o que ocorreu foi:


1- Juvenal Juvêncio estava próximo à CBF, seu estádio era o escolhido por todos para ser a sede paulista da Copa desde o ano passado;

2- O presidente da confederação quis elevar seu poder sobre o Clube dos 13, "liga" independente dos grandes times que negocia os direitos de transmissão de campeonatos como o Brasileirão, arquitetando a vitória do seu candidato, Kleber Leite, às eleições da entidade que seriam em maio. Temendo a manobra o SPFC contragolpeou, trouxe o pleito para abril para dificultar a campanha e reelegeu Fábio Koff conseguindo votos de clubes previamente indecisos;

3- Com a dura derrota que parecia improvável Teixeira cravou para quem quisesse ouvir, em retaliação o Cícero Pompeu de Toledo estava fora de 2014. Para despistar, tirando o peso de si, levou a FIFA a descredenciar o estádio tecnicamente;

4- Depois de quase trinta planos tricolores de reforma negados pela entidade Juvenal, em julho, optou por uma estratégia arriscada. Submeteu um projeto final que podia pagar, de 300 milhões, mas que era insuficiente se comparado ao de 650 milhões que a federação internacional exigia. Comprou briga sabendo que a reação inicial seria a exclusão, mas peitou que não surgiria alternativa no estado, forçando o Morumbi a ser engolido;

5- A ousadia poderia ter dado certo, mas Dilma começou a despontar nas pesquisas. Pode não parecer, mas a disputa nacional está intimamente relacionada ao que ocorreu. O torcedor Lula conseguiu um agrado da construtora Odebrecht, uma arena para o Corinthians de Andrés Sanchez, amigo do mandatário do futebol brasileiro, que precisava de qualquer alternativa para a cidade.


Não é preciso ter muita imaginação para entender o porquê da Odebrecht dar um presente de 470 milhões de reais a quem aposta que terá mais quatro anos de governo, num país de PPP's e licitações questionáveis.

PSDB e PFL trataram de esvaziar o anúncio que era preparado para a festa do centenário alvinegro da noite de hoje dando a notícia antes, evitando dar palanque ao PT.

Forma do Ilsinho

Há anos o SPFC procura um lateral direito. Possivelmente não o terá com a volta de Ilsinho, pelo menos por mais algum tempo.

Quando jogou na equipe tinha um esquema de três zagueiros que o protegia na ala, tinha uma ofensividade desmedida que levou Muricy até a escalá-lo como meia em alguns momentos.

O jogador está fora de forma, em julho estava claramente acima do peso. Para jogar no 4-4-2 precisará, no mínimo, de condicionamento físico.

Ataque do Flamengo

O ataque do Flamengo não estará resolvido com a chegada de Deivid.

O próprio jogador deu a entender que preferiria jogar como meia-direita, posição a que está mais habituado. É bom jogador e ajudará a equipe, mas não dá pinta de que será o grandalhão a fazer pivô.

Uma boa alternativa é armar o time no 4-2-3-1 com Leandro Amaral de referência.

Poeira bizarra

O Estádio da Fonte Nova em Salvador foi demolido num grande espetáculo, câmeras de televisão e show da Ivete Sangalo com "Levantou Poeira".

Situação bizarra e um tanto desrespeitosa para com as famílias dos sete mortos de sua última partida oficial. No final de 2007 parte de sua arquibancada desabou no jogo do acesso à Série B do Bahia contra a Vila Nova-GO, quando estava superlotado.

Detalhe, o confronto terminou 0x0, pois Deus é brasileiro.

Luxemburgo

A derrota de virada em Ipatinga do Atlético-MG para o Palmeiras esquenta ainda mais o clima para o time de Belo Horizonte.

O presidente Alexandre Kalil teve esta semana conversa com a equipe cobrando uma reação. Luxemburgo aparentemente não balança até por não haver no mercado substituto claro, entretanto os resultados já tiraram a paciência da torcida.

Se os resultados continuarem a forçar a queda do técnico o "Profexor" poderá pingar pelo São Paulo, pois a diretoria contatou sua antiga persona non grata dias atrás.

Bom jogo no Maracanã

Em jogo de primeiro tempo do São Paulo e segundo tempo do Fluminense o empate ficou de bom tamanho.

O time paulista no segundo tempo recuou bastante também pela lesão de Fernandão e a substituição de Fernandinho, não tendo mais referência no ataque.

No momento do empate do tricolor carioca o preparador físico Carlinhos Neves lamentou-se que a cabeçada saiu exatamente na posição que correspondia a Fernandão em bolas alçadas na área.

Destaques para Belletti sem ritmo, Rogério Ceni com gol e boas defesas, inclusive em um pênalti inexistente mal cobrado por Washinton, bem conhecido pelo goleiro, Richarlyson muito bem na marcação, contribuindo na velocidade de contra-ataque, e Rodriguinho que entrou bem na partida dando agilidade ao time da casa.

Silas no Flamengo

Zico apostou em Silas, coisa que o são-paulino Juvenal não fez.

Na bagagem do treinador um excelente trabalho do Avaí e um bom início de trabalho no Grêmio, que depois se perdeu.

Muito leva a crer que tem um brilhante futuro pela frente, mas sua passagem pelo tricolor gaúcho deu a impressão de ainda não estar pronto para dirigir um grande. Por isso não foi logo após a demissão de Ricardo Gomes para o tricolor paulista, mesmo com a simpatia de boa parte da direção.

No Flamengo terá outra chance de figurar precocemente entre os 'grandes' técnicos do país, quadro que precisa de renovação.



 

Chance do Corinthians

A decisão da CBF de forçar o fechamento do Maracanã, neste momento, para as obras visando 2014 foi arbitrária. A justificativa é de respeitar o Estatuto do Torcedor (que nunca se importou muito em cumprir), evitando riscos aos torcedores.

O anel de baixo que está em obras ainda tímidas neste momento não oferece risco a ninguém, visto que seria só não dar acesso ao setor. Na verdade, o soberano e vingativo Ricardo Teixeira exigiu o fechamento para prejudicar o Fluminense do presidente Horcades, desafeto que tirou o técnico Muricy Ramalho da seleção ao não aceitar liberá-lo.

O clube das Laranjeiras perde muito sem a força de sua torcida em sua real casa, que tem dado show e empurrado o time. Cruzeiro e Atlético tem sofrido por já estarem sem o Mineirão.

É a chance do Corinthians ser campeão, porque bater Muricy em pontos corridos tem se provado muito difícil, mas para ultrapassar o rendimento do Flu tem que ganhar fora de casa, o que ainda não tem feito.

O que será?

Com o Fielzão sendo construído uma pergunta não quer calar:

O que será do Pacaembu?!

Porque um estádio só faz sentido se algum time jogar nele. Patrimônio histórico ou Museu do Futebol não são suficientes para sustentar um futuro elefante branco.

Será que o Santos tem interesse real?

Poder incompreensível

Companheiros,

Este Blog estréia com a nada surpreendente decisão de que a Copa em São Paulo não será no Morumbi, porque claro que a decisão do local era o que menos importava, mas sim que Ricardo Teixeira não tivesse que engolir Juvenal.

Até aí nada além do óbvio, considerando as eleições, a popularidade do Presidente da República, a provável vitória de sua candidata ao próximo pleito, a disputa menos definida neste estado, o fato do presidente do Corinthians ser o novo (velho) melhor amigo do mandatário da CBF e por isso ser agraciado com esse presente de um estádio pra chamar de seu, etc.

O que surpreende é o poder imperial do ex-genro de Havelange. Sim, porque todos se dobram aos seus desejos, Prefeito Kassab, Goldman/Serra/Alckmin, Lula/Dilma e tantos outros. Por quê?!

Não é aceitável que um bico para não queimar a língua e ter que ceder em sua recusa à clara decisão sensata do Cícero Pompeu de Toledo como estádio para a abertura dobre a tantos, a todos.

Talvez, colegas, esse poder de Ricardo Teixeira seja superestimado, sacramentado por uma constante legitimação. Será que "Ele" pode tanto assim?